21.02.2011
Helena Geraldes
Mais de 100 baleias-piloto deram ontem à costa da ilha neozelandesa Stewart, apenas 48 ainda vivas. Mas porque há poucas esperanças de conseguir devolvê-las ao mar, as autoridades decidiram proceder à eutanásia para evitar “sofrimento prolongado destes animais”.
As 107 baleias, do género Globicephala, foram encontradas na Baía Mason por dois turistas. Segundo o Departamento de Conservação da Nova Zelândia (DOC), dois técnicos seguiram de imediato para aquela ilha, a terceira maior do país – com cerca de 400 habitantes -, a 30 quilómetros da ilha do Sul.
“Quando lá chegaram, encontraram as baleias em águas muito rasas, já na praia, com a maré comecando a recuar”, explica o DOC em comunicado. Mas a decisão foi eutanaziar os restantes 48 animais.
“Cerca de metade das baleias ainda estavam vivas quando chegámos”, disse Brent Beaven, gestor do programa da biodiversidade no DOC. “Mas rapidamente percebemos que seriam precisas dez a doze horas até que conseguíssemos levá-las novamente para o mar. E tendo em conta o tempo quente e seco, muitas delas iriam morrer em breve”, acrescentou.
“Com apenas cinco pessoas no local e com a maré a recuar, havia poucas esperanças de manter estes animais vivos até que mais equipes de resgate chegassem até aqui para ajudar”, notou Beaven.
Para agravar a situação, foi lançado um alerta de tempestade para aquela pequena ilha, segundo Andy Roberts, gestor da área das Ilhas do Sul. “Estávamos preocupados porque iríamos pôr em risco a vida dos técnicos e voluntários se continuássemos aqui a tentar devolver as baleias ao mar”, comentou. “As condições do mar vão agravar-se muito durante a noite”.
“A eutanásia é uma decisão difícil de tomar mas foi tomada tendo em conta o bem-estar dos animais, para evitar sofrimento prolongado”, acrescentou Roberts. “Infelizmente, 48 baleias terão de ser mortas”.
Nas águas da Nova Zelândia já foram registadas 51 espécies de mamíferos marinhos, entre os quais 42 baleias e golfinhos e nove focas.
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