domingo, 22 de julho de 2012

Cruzeiro científico fotografa e monitora jubartes

Foto: Instituto Baleia Jubarte

A temporada de cruzeiros científicos do Instituto Baleia Jubarte começou esta semana. Durante três dias, pesquisadores estiveram navegando em busca de grupos de baleia, para observar o comportamento e coletar amostras da gordura e da pele. A viagem também proporcionou uma abundância de fotos, como as que ((o))eco publica junto com esse texto. Esses cruzeiros são realizados todos os anos, durante a temporada de jubartes no litoral brasileiro.

As baleias da espécie começam a chegar ao litoral brasileiro em julho, depois de uma viagem de 4.500 quilômetros, que começa na  Antártica. Elas procuram procuram principalmente as águas rasas e quentes de Abrolhos, no litoral norte do Espírito Santo e sul da Bahia, para se reproduzir e amamentar os filhotes. Permanecem por aqui até novembro, quando voltam para o continente frio.

No censo mais recente realizado pelo Instituto Baleia Jubarte, em 2011, foram contados 11.400 animais. O número foi levantado durante um sobrevoo entre o Sergipe e Rio de Janeiro e representou um crescimento considerável em relação à contagem anterior, quando estimou-se um total de 9.300 baleias jubarte no litoral brasileiro.

Nos cruzeiros, não é feita a contagem das baleias, segundo o diretor de Pesquisa do instituto, o veterinário Milton Marcondes. Ele explica que o barco de pesquisadores acompanha cada grupo de baleias durante meia hora, para não estressar os animais. No total, são feitos 30 dias de amostragens por temporada.
Foto: Instituto Baleia Jubarte

As informações servem para pesquisas científicas. Na gordura, por exemplo, os pesquisadores encontram hormônios sexuais. “Queremos chegar ao ponto de saber qual a porcentagem de baleias gestantes no ano”, explica o pesquisador.

Desta vez, foram observados 25 grupos de baleias jubarte, num total de 75 indivíduos. E também uma surpresa: “Vimos grupos de golfinhos-de-dentes-rugosos interagindo com as baleias”, conta Marcondes.

“Eles são bem menores e nadam mais rápido à frente das baleias. Elas se sentem incomodadas, e até tentam afastá-los. Mas existem pessoas que dizem terem visto esses golfinhos atacando as rêmoras que ficam presas às baleias”, conta.

Os filhotes de baleia desta temporada ainda não nasceram, mas devem chegar em breve. “Vimos diversos grupos de machos disputando fêmeas para acasalamento, mas não avistamos nenhum filhote. Os nascimentos devem aumentar a partir do final deste mês”, prevê Marcondes.


Baleias 'misteriosas' ficam em silêncio para evitar predadores


Pesquisadores monitoraram comunicação das baleias de bico de Blainville durante 102 horas

Baleias de bico de Blainville têm comportamento tímido

Cientistas que pesquisam as misteriosas baleias de bico de Blainville publicaram um estudo no qual concluem que esses mamíferos ficam em silêncio em águas rasas para evitar o ataque de predadores.
A pesquisa, publicada na revista científica Marine Mammal Science, é uma das primeiras a registrar como essas baleias se comunicam.
Os pesquisadores também gravaram sons produzidos pelas baleias quando nadam em grandes profundidades. 

Enigmática 
A espécie Mesoplodon densirostris tende a habitar regiões profundas dos oceanos, formando grupos pequenos, que não ultrapassam dez indivíduos.
Além do bico característico, ela possui dentes, alcança até cinco metros de comprimento e pesa, quando adulta, cerca de 800 kg.
Tímidos e discretos, esses cetáceos (ordem dos mamíferos formada por animais adaptados à vida aquática) evitam embarcações, o que dificulta seu estudo e lhes dá um caráter enigmático.
Estudo 
A pesquisadora Natacha Aguilar, da Universidade de La Laguna, em Tenerife (Espanha), e seus colegas da Woods Hole Oceanographic Institution, em Massachusetts (EUA), e da Universidade Aarhus, na Dinamarca, conectaram dispositivos de escuta em oito baleias de bico de Blainville.
Os animais foram monitorados durante 102 horas. 

Os aparelhos gravaram sons produzidos pelas baleias quando vinham à tona para respirar e nadavam próximo da superfície, e também quando os mamíferos mergulhavam em profundidades de até 900 metros.
Os resultados mostraram que a espécie fica silenciosa quando nada a profundidades acima de 170 metros. As baleias também permanecem silenciosas quando estão subindo à tona após seus mergulhos - uma jornada que pode levar até 19 minutos.
A equipe acredita que este comportamento tenha a função de evitar que as baleias sejam detectadas por seu predador, as temidas orcas (Orcinus orca), também conhecidas como “baleias assassinas”.
As orcas tendem a circular em águas rasas e se alimentam de várias espécies de baleias. 
Ao se "esconder" dessa maneira, a baleia de bico de Blainville adotaria uma estratégia efetiva de evitar sua predadora, já que a espécie não é capaz de nadar mais rápido do que a orca e não possui outras defesas contra ela.
Ainda assim, o comportamento surpreendeu os cientistas, que imaginavam que os animais continuariam em contato para manter seus vínculos sociais, especialmente porque tendem a nadar em grupos coesos.
"Para um grupo que vive em sociedades tão coesas e coordena suas atividades, ficar em silêncio perto da superfície é um comportamento inesperado que contrasta bastante com o de outras baleias dentadas", afirmaram os pesquisadores em seu artigo.
Sons 
Quando nadavam a mais de 450 metros de profundidade, as baleias emitiam diversos tipos de sons que permitiam não apenas que se comunicassem, mas que também se orientassem no espaço e procurassem suas presas, afirma a pesquisa.
Segundo os cientistas, alguns dos sons registrados - que eles descrevem como apitos e uma série de sons estridentes - nunca haviam sido gravados antes.
A equipe acredita que os sons em série tenham o papel de coordenar os movimentos dos membros do grupo à medida que se dispersa no final do mergulho, para caçar.



sábado, 21 de julho de 2012

Baleias, mais próximas dos seres humanos do que se acreditava


Discussão sobre emoções e cultura das baleias surge em momento em que se discute a proibição de sua caça.


A baleia partilha algumas faculdades que se acreditava ser estritamente reservada aos seres humanos, segundo estudo divulgado justamente quando cota de caça desses cetáceos começa a ser avaliada.
Segundo biólogos, os cetáceos marinhos, categoria que também inclui golfinhos e botos, têm consciência, sofrem e possuem uma cultura social, aliada a uma capacidade mental.
Sendo assim, como se pode aceitar que elas sejam caçadas com arpões? Esta é a pergunta central dos trabalhos da CBI, que estará reunida até a sexta-feira para discutir a legalização da prática, por dez anos, na Noruega, Islândia e Japão, apesar da moratória em vigor desde 1986.
"Pelas nossas observações, sabemos que muitas baleias grandes apresentam o comportamento mais complexo do reino animal", assegura Lori Marino, neurobiologista da Universidade de Emory de Atlanta, Estados Unidos.
Lori explica que há dez anos, quando trabalhava com golfinhos do gênero Tursiops, percebeu que pela maneira como se olhavam através de um espelho para identificar uma marca colocada em seu corpo, os animais tinham consciência da sua própria identidade, da mesma maneira que um chimpanzé e uma criança humana.
Segundo Georges Chapouthier, neurobiologistas e diretor do Centro Emoção da Universidade Pierre e Marie Curie de Paris, a consciência de si mesmo significa que os golfinhos e baleias, como alguns primatas, experimentam não apenas dor, mas sofrimento. "O sofrimento pressupõe certo nível de funções cognitivas", explicou Chapouthier à AFP.
"É difícil definir de que nível se trata, mas vários estudos demonstram que os mamíferos mais evoluídos são dotados destas funções cognitivas, como os grandes macacos, os golfinhos e, muito provavelmente, as baleias".
Quanto a inteligência, os cetáceos estão em segundo lugar atrás dos homens, pelo tamanho do seu cérebro em proporção ao peso total.
Mais significativas do que o volume são as zonas cerebrais especializadas na cognição e as emoções, e as altas probabilidades de que tenham se desenvolvido graças a interações sociais dentro do grupo, segundo vários estudos publicados em revistas científicas.
Alguns pesquisadores falam inclusive de "cultura", uma noção até hoje usada exclusivamente para oHomo sapiens. "Entre algumas baleias, a cultura é fundamental e sofisticada", assegura Hal Whitehead, da Universidade Dalhousie de Halifax, que explica a existência de comportamentos de transmissão de conhecimento de uma geração para outra, por exemplo, entre baleias azuis.
"Em um dado momento da temporada de reprodução, todos os machos de todos os oceanos cantam mais ou menos um mesmo canto, elaborado, mas esse canto comum evolui com os meses e os anos", apontaram Whitehead e seus colegas em um estudo publicado na revista Biological Conservation.
Alguns pesquisadores observaram orcas que ensinam para outras, originárias de um grupo geográfico diferente, como roubar o pescado das linhas de barcos comerciais.
Por outro lado, duas comunidades de orcas que raramente se juntam apesar de compartilhar as mesmas águas próximas a Vancouver (Canadá), aprenderam a compartilhar os alimentos: umas comem peixes e outras os mamíferos, como focas, explica Whitehead.
Portanto, "eliminar um subgrupo da população é muito mais do que matar uma certa cota de indivíduos. É eliminar uma cultura inteira", insistiu Lori Marino.


Porque as baleias encalham?


Marés, desorientação, doenças e comportamento social levam os grandes mamíferos marinhos à terra.

Grupo de baleias piloto encalhadas em Karikari, Nova Zelândia: desorientação do líder

A notícia de que um grupo de baleias piloto tinha encalhado em uma praia da Nova Zelândiachamou a atenção pelos números: 73 animais. A tragédia, que mobilizou muitos voluntários, traz a pergunta: o que faz uma baleia encalhar, sozinha ou em grupo?

Existem vários motivos para uma baleia encalhar, segundo o veterinário Milton Marcondes, coordenador de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte. Na maior parte dos casos (cerca de 80%), o animal morre no mar, relativamente perto da praia, e a corrente marítima se encarrega de levar seu corpo à areia.
Se ele chega à terra vivo, a questão é mais complicada. “A baleia pode estar doente e ter se deixado levar pela corrente, ou ter sido presa por uma rede de pesca, atropelada por uma embarcação. O animal pode ainda estar com algum problema auditivo ou neurológico que prejudique seu sistema de orientação,” explica Marcondes. “Quando um filhote se separa da mãe, e encalha na praia, a situação é mais dramática, porque ele não tem como sobreviver sem ela,” diz.
Encalhes em massa
Quando dois ou mais animais (sem ser mãe e filhote) encalham juntos, acontece o chamado encalhe em massa, como o da Nova Zelândia. Eles só ocorrem em espécies que vivem em bando, como golfinhos e baleias piloto.
Nesses casos, o animal líder se desorienta ou fica doente e leva todo o grupo com ele. “Antigamente, quando não se sabia que havia esse líder, dizia-se que a baleia ‘cometia suicídio’ – o animal era levado ao alto mar e acabava voltando à praia. Hoje se sabe que elas voltam chamadas por ele,” conta Marcondes. E é difícil descobrir qual baleia lidera o grupo e o que está errado com ela.

Alguns lugares são mais propícios ao encalhe que outros. Litorais muito recortados, como o de Cape Cod, nos Estados Unidos, e praias com declives suaves tendem a confundir as baleias, cujo sonar não identifica onde o mar começa a ficar raso demais.
Uma hipótese controversa tenta explicar a freqüência de encalhes em lugares como a Nova Zelândia. Ela diz que os cetáceos se orientam pelo campo magnético terrestre, e onde suas linhas convergem e sofrem distorções, as baleias se confundem mais facilmente. As praias neozelandesas seriam um destes lugares.

Tráfego crescente nas águas do Sri Lanka ameaça baleias azuis


21/07/2012

Grande número de animais tem sido mortos por choques com barcos e hélices. Cientistas temem que turismo de observação dos cetáceos seja a causa.

Corpo de baleia azul flutua na costa sul do Sri Lanka. Mortes da espécies estão aumentando na região

No início de abril, observadores de baleias da costa sul do Sri Lanka tiveram uma visão perturbadora: o corpo sem vida de uma baleia azul de 60 metros de comprimento flutuando na água a cerca de 20 quilômetros da costa.
O corpo estava ficando rapidamente inchado e havia peixes-piolho sugando toda a pele do animal. Ainda mais perturbadora era a condição da cauda, que tinha sido quase separada do corpo.
"Ficou muito claro que havia sido a hélice de um barco", disse Mazdak Radjainia, biólogo estrutural e fotógrafo subaquático da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, que encontrou a baleia por acaso. "Deve ter sido uma morte muito cruel, porque a lesão era enorme."
Os pesquisadores dizem que os choques com embarcações são uma das principais causas de morte entre as baleias. Muitas das que são mortas pertencem a populações ameaçadas, como as baleias azuis, que mal têm conseguido se manter.
A questão é particularmente problemática no Sri Lanka, onde uma grande população de baleias azuis não estudadas, cujo número possivelmente chega aos milhares, tem enfrentado a pressão crescente da navegação comercial e de uma explosão de barcos de observação de baleias não regulamentados.
Como essas águas não são devidamente controladas, os cientistas não sabem ao certo se os choques com barcos estão aumentando. Mas a morte da baleia em abril já foi a sexta do ano, segundo informações da imprensa. Em um terrível choque ocorrido em março, uma baleia azul foi encontrada se sacudindo sobre a proa de um navio porta-contêineres no porto da capital, Colombo, a 145 quilômetros ao norte daqui desta estância balnear. No ano passado, cerca de 20 carcaças de baleias (nem todas azuis) foram vistas ao redor da ilha, de acordo com Arjan Rajasuriya, oficial de pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisa de Recursos Aquáticos e da Agência de Desenvolvimento em Colombo. Não se sabe quantas das mortes resultaram de choques com embarcações.
"Esses choques provavelmente representam apenas uma parcela da provável mortalidade real", disse John Calambokidis, pesquisador de baleias de Olympia, Washington, que documenta choques com embarcações na costa oeste dos Estados Unidos. Como as baleias azuis muitas vezes afundam logo depois de serem atingidas, a maioria dessas mortes não é registrada, e Calambokidis diz que o número verdadeiro "pode ser 10 ou 20 vezes" maior do que o percebido.
A vinte e cinco quilômetros da costa sul do Sri Lanka está um dos corredores de transporte mais movimentados do mundo, e as baleias são conhecidas por nadarem regularmente dentro deles. Mas alguns cientistas acreditam que o aumento na observação de baleias pode estar forçando os animais a irem mais longe para procurar por comida, empurrando-os para a rota de grandes navios.
"Temo que as baleias estejam sendo perturbadas pelos barcos de observação e que isso possa estar afetando o movimento delas", disse Asha de Vos, pesquisadora de baleias do país.
A ameaça sofrida pelas baleias motivou alguns pesquisadores a se esforçarem para aprender o máximo que puderem sobre elas, de modo a encontrar uma maneira de protegê-las.
"Ter essas baleias bem perto da costa é algo impressionante", disse o cientista Ari S. Friedlaender, pesquisador do Laboratório Marinho da Universidade Duke. "Sabemos tão pouco sobre as baleias azuis em geral que qualquer lugar onde tenhamos fácil acesso a animais como esses aumenta a curva de aprendizagem exponencialmente."
Em 2009, o Sri Lanka pôs fim a uma terrível guerra civil de 25 anos, que em grande parte manteve os cientistas e pesquisadores estrangeiros longe de suas águas. Várias pesquisas de cunho geral da década de 1970 revelaram que a presença de baleias, mas o interesse começou a crescer apenas nos anos 1990. Os pesquisadores se atraíram particularmente pelo fato das baleias tenderem a ficar na região durante todo o ano; sabe-se que outras populações de baleias azuis percorrem longas distâncias migrando.
Talvez ninguém tenha estudado essas baleias e promovido a preservação delas mais do que de Vos.
Três anos atrás, de Vos iniciou o Projeto Baleia Azul do Sri Lanka, um programa de pesquisa de longo prazo que ela espera que interrompa a carnificina e sensibilize as pessoas a respeito das baleias locais. Nos últimos três anos, de dezembro a maio, ela fotografou as baleias e usou instrumentos científicos para compreender melhor seus comportamentos alimentares.
"Existe claramente algo lá embaixo que está fazendo com que elas fiquem mais perto da costa. Mas precisamos saber onde isso está e de quantidade estamos falando", disse ela.
Em março, de Vos foi ajudada por uma equipe de pesquisadores do Laboratório Marinho da Universidade Duke. O grupo trouxe para cá um ecobatímetro eletrônico, que usa ondas sonoras para medir a densidade de presas na água. Durante 10 dias, ela e a equipe percorreram quilômetros do litoral, fazendo medições e encontrando pontos de maior densidade de krill.
Os dados vão ajudar os cientistas a entenderem melhor onde e quando as baleias se alimentam – e, de Vos espera, persuadir o governo a mudar as rotas de navegação mais para o alto mar.
De Vos, que nasceu e cresceu em Colombo, tornou-se defensora das baleias azuis após fazer um passeio de barco em 2006 e ficar impressionada com o que viu.
"Havia seis baleias em uma extensão de quatro quilômetros quadrados a partir de onde eu estava, e isso foi o suficiente para mim", disse ela. "Aquele foi um sinal. Entendi que eu queria compreendê-las melhor e protegê-las."
Porém, sua iniciativa é repleta de desafios, incluindo a falta de apoio das autoridades locais e as desvantagens de ser uma mulher jovem em uma sociedade dominada por homens. --
-- "Estou muito sozinha por aqui", disse ela. "Não tenho muita infraestrutura ou equipamentos para fazer o meu trabalho."
Ela recebeu algum apoio financeiro da Universidade da Austrália Ocidental, onde está completando um doutorado em Oceanografia.
"O trabalho de de Vos está de fato preparando o terreno para futuras pesquisas sobre esses animais", disse Friedlaender, que espera visitar a região no ano que vem.
De Vos observa que com o fim da guerra civil no Sri Lanka, existe atualmente um grande esforço para intensificar o turismo, e a observação de baleias é uma parte fundamental da estratégia de desenvolvimento do governo. Embora esse esforço possa trazer o tão necessário desenvolvimento econômico para este país pobre, de Vos se preocupa com a possibilidade disso tudo estar acontecendo rápido demais.
"No momento, os barcos de observação de baleias estão sendo conduzidos de maneira desordenada perto dos animais", disse ela. "Eu não quero que isso se difunda de uma maneira que se torne uma perturbação para as baleias."
Em outros países, com indústrias estabelecidas de observação de baleias, as leis proíbem que se fique perto dos animais; os Estados Unidos, por exemplo, definem uma distância mínima de 90 metros. De Vos gostaria que houvesse regulamentos semelhantes no Sri Lanka.
"Nessa nova era de paz, a baleia azul está se tornando muito rapidamente o símbolo de nosso país", disse ela. "Seria muito triste prejudicar esses animais por causa de nossa insensatez."


Shakira e Gerard Piqué ganham beijo de Lolita, a Orca


Shakira e Gerard Piqué aproveitaram as férias em Miami para visitar um parque aquático, nesta sexta-feira (20). Durante o passeio, o casal se encantou ao conhecer de perto Lolita, a baleia assassina mais famosa do lugar.

Além de dar carinhos, a cantora e o jogador receberam "beijinhos" do animal, de acordo com o site "Bauer Griffin", que publicou algumas fotos do momento.

"Isso me dá um beijo! A baleia está me beijando!", comentou Gerard, ao comentar a foto que publicou em seu perfil do Facebook.



sexta-feira, 20 de julho de 2012

SOS BALEIAS E GOLFINHOS NO FACEBOOK

Ola pessoal,

Agora estamos tambem com uma pagina no Facebook, muito mais completa.
Juntem-se a nós:

http://www.facebook.com/SosBaleiasEGolfinhos



quinta-feira, 19 de julho de 2012

Cerca de 10 mil baleias jubarte estão a caminho da Bahia para se reproduzir



A viagem está chegando ao fim para  as cerca de 10 mil baleias jubarte que estão se deslocando por aproximadamente 4.500 km desde a Antártida, onde se alimentam, para o Brasil. A previsão de chegada é em julho, quando oficialmente tem início a temporada reprodutiva da espécie no litoral brasileiro. Ao retornarem para a área de alimentação, em novembro, parte delas vai acompanhada do filhote que deverá nascer no período.
 
Provavelmente serão baianos ou capixabas, já que os estados da Bahia e do Espírito Santo concentram  mais de 90% das baleias jubarte que  chegam ao País para se reproduzir e amamentar suas crias. Apesar de poderem ser avistadas do Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte,  Abrolhos (Sul da Bahia e Norte do Espírito Santo) é o principal destino: é lá o maior berçário das baleias jubarte de todo o Atlântico Sul Ocidental.
 
Enquanto em 2002 falávamos em cerca de 3.000 baleias jubarte no Brasil, dez anos depois este número está perto dos 10 mil. O crescimento segue apesar de ocorrências de encalhes e de ações antrópicas como aquecimento global, atropelamento por embarcações e emalhamento por redes de pesca que podem causar a morte das baleias.
 
O diretor de Pesquisa do Instituto Baleia Jubarte, Milton Marcondes lembra que a maior ameaça às jubartes foi a caça durante os séculos XIX e XX, quando era mortas para ter sua gordura utilizada na  iluminação pública e como argamassa na construção de casas. Nesta  época, das quase 30 mil baleias que existiam no Brasil, restaram menos de mil delas após a proibição da caça em 1966. “A recuperação da espécie é uma conquista que resulta do trabalho de conservação  da espécie feito pelo Projeto Baleia Jubarte e  por parceiros, que viabilizam o nosso trabalho ou somam forças em prol desta causa”, afirma Marcondes.
 
É também no  período de reprodução das jubartes que o Projeto Baleia Jubarte – patrocinado pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Ambiental – consegue fazer o trabalho de fotoidentificação, que consiste em identificar os indivíduos da espécie por meio da pigmentação de sua nadadeira caudal, que funciona como uma forma de impressão digital única para cada baleia jubarte. Atualmente, o Instituto Baleia Jubarte já tem cerca de quatro  mil indivíduos identificados – a análise é feita por meio da comparação de imagens  ou também por análise genética de material recolhido. É o maior banco de imagens mantido por uma única instituição.
 
Turismo de Observação
É comum nesta época que milhares de pessoas de todo o mundo queiram aproveitar a vinda das gigantes do mar para tentar avistá-las de perto. É esta a demanda que as empresas de turismo pretendem atender com a oferta dos cruzeiros de observação de baleias,  feitos seguindo as normas de avistagem que asseguram o bem-estar da baleia, como é o caso do estabelecimento da distância mínima entre a embarcação e o animal. Os principais pontos de avistagem são: Abrolhos, Praia do Forte, Morro de São Paulo, Itacaré e outros pontos da Bahia como Prado e Cumuruxatiba. Apesar das opções, é  Abrolhos a ‘menina dos olhos’ dos que já tiveram a oportunidade de embarcar nesta aventura. De lá é possível avistar um número maior de jubartes, além da beleza característica do local, um dos principais pontos de biodiversidade do Brasil.
 
Encalhe:
Com a vinda das jubartes para o Brasil aumentam as probabilidades de encalhes da espécie em nosso litoral. Caso a população encontre uma baleia jubarte encalhada, viva ou morta, deve ligar para a equipe de Resgate do Projeto Baleia Jubarte. Também são atendidas outras espécies de baleias, golfinhos, focas ou lobos-marinhos.

Carta de Corky para Morgan

Esse texto foi tirado do Blog:
http://v-pod-orcas.blogspot.com.br/



Leia a linda e triste carta "escrita da Orca Corky para Morgan" publicada pelo OrcaLab.
O OrcaLab, uma das principais estações de pesquisas com baleias, localizada ao norte da Ilha de Vancouver no Canadá, foi fundada por Paul Spong em 1971 e é referência no mundo todo quando o assunto é a população de Orcas do noroeste do Pacífico.
Eu tive a alegria e o imenso prazer de receber por e-mail uma autorização do próprio Paul Spong para traduzir e divulgar a carta aqui no blog... A carta, que foi publicada em dezembro do ano passado, às vésperas do aniversário de 42 anos de captura de Corky, é algo simbólico, mas que enfatiza o desejo do OrcaLab de libertação de Morgan e de "aposentadoria" de Corky.
Paul, assim como diversos outros pesquisadores, começou seu trabalho com Orcas em cativeiro, mas depois de conhecê-las melhor, pôde compreender a assombrosa insensatez de mantê-las nessas condições e lutar pelo conscientização do público sobre o assunto.



De Corky para Morgan

Morgan, você pode não saber quem eu sou, mas como você, eu sou uma Orca, uma Orca de cativeiro...
Quarenta e dois anos atrás, numa noite de tempestade minha família acabou entrando numa pequena baía, onde de repente, apareceram homens que nos cercaram com redes. Minha mãe estava comigo. Nós não sabíamos o que fazer. Os homens gritavam em meio a tempestade e lançavam mais redes dos barcos, conforme a chuva e os ventos nos cercavam. Ficamos juntas. A noite foi horrível...
Quando a manhã chegou, a tempestade havia passado. Veio a calmaria às águas, mas os homens continuavam agitados, ainda gritando, ainda correndo nos barcos e na praia puxando redes e troncos. Ficamos paradas, bem paradas. Eu estava amontoada com minha mãe. Como você, eu era muito pequena e estava assustada. E rápido, bem rápido os homens se aproximaram e me separaram da minha mãe... De repende ela se foi...
Os homens me tiraram da água. Eu não podia me mexer. Eu estava presa. Meu coração doía. Havia barulhos estranhos, escuridão e movimento.
Morgan, acho que você sabe como foi já que também aconteceu com você. Depois de aparentemente ter se passado um longo, longo período, havia a luz forte do sol e senti estar de volta à água. Mas não era meu lar no oceano. Eu nadei para conhecer. Eu não estava só. Havia outros e isso era confortante, mas não eram minha mãe e para sempre me entristeci.
Todos os meus companheiros, exceto por um deles, logo morreram. E depois meus bebês, um depois do outro, seis ao todo. Mais uma vez passei por outra mudança... Mudaram eu e meu parceiro mais uma vez de lugar. Tinha mais água, mais barulho, mais pessoas estranhas. Eu não tive mais bebês e meu parceiro logo morreu.
Eu sobrevivi. Por quê? O que eu estou esperando?
As memórias da minha família, da minha mãe e do meu lar no oceano não me deixam, portanto eu nado em círculos e mais círculos, dando voltas e mais voltas, sonhando...
Eu sonho com minha família e com a liberdade.
Morgan, e você vai... esperar? Vai se lembrar? Vai sonhar?



quarta-feira, 18 de julho de 2012

Projeto Baleia Franca realiza treinamento para novos voluntários


18/7/2012 11:54:00
Os voluntários procuram agregar conhecimento para suas profissões, ficando de julho a novembro trabalhando no projeto



A Temporada da Baleia Franca 2012 já teve início na última sexta-feira (13) e com isso o Projeto Baleia Franca (PBF) recebe seus novos voluntários, que permanecerão de julho a novembro realizando pesquisas de observação, monitoramento, estudo de campo, uso de habitat e distribuição das baleias.

O Programa de Voluntariado funciona durante todo o período reprodutivo das baleias francas, direcionado especialmente para estudantes de biologia, oceanografia, veterinária, entre outras áreas. Na temporada 2012, foram aceitos também recém-formados. Nesta segunda-feira (16) um treinamento para os estagiários que trabalharão na temporada 2012 foi realizado. 
O treinamento contou com a palestra do historiador Fernando Bittencourt, que apresentou uma retrospectiva das Armações Baleeiras no Brasil. Segundo ele, a extração do óleo das baleias era como o uso do petróleo hoje em dia. “O consumo da carne nunca foi o objetivo das capturas de baleias. Elas foram dizimadas por causa da espessa camada de gordura que reveste o corpo. Derretido, o óleo era destinado à iluminação e lubrificação. As barbatanas eram vendidas para fabricação de espartilhos e utilizadas como liga na produção de argamassas para igrejas e fortalezas”, relata Fernando.
De acordo com Karina Groch, diretora de Pesquisa do Projeto Baleia Franca, os novos voluntários também auxiliarão no atendimento aos visitantes no Museu da Baleia Franca, localizado na Praia do Porto. “o museu é instalado no prédio histórico denominado “Barracão Manoel Rosa” em homenagem a um dos últimos baleeiros de Imbituba e promotor ativo da educação pública sobre a história da caça e a conservação das baleias francas”, disse Karina.

No último ano, foram avistados 173 mamíferos. Fernando Bittencourt fala que em uma única safra, já foram caçadas cerca de 800 baleias, mostrando como o número de mamíferos ainda é muito inferior, e como é necessária sua preservação.  O Museu da Baleia Franca atende de Terça a Sexta-feira das 13:00 às 18:00 horas e Sábado e Domingo das 9:00 ao meio dia e das 13:00 às 18:00 horas.