domingo, 22 de julho de 2012

Cruzeiro científico fotografa e monitora jubartes

Foto: Instituto Baleia Jubarte

A temporada de cruzeiros científicos do Instituto Baleia Jubarte começou esta semana. Durante três dias, pesquisadores estiveram navegando em busca de grupos de baleia, para observar o comportamento e coletar amostras da gordura e da pele. A viagem também proporcionou uma abundância de fotos, como as que ((o))eco publica junto com esse texto. Esses cruzeiros são realizados todos os anos, durante a temporada de jubartes no litoral brasileiro.

As baleias da espécie começam a chegar ao litoral brasileiro em julho, depois de uma viagem de 4.500 quilômetros, que começa na  Antártica. Elas procuram procuram principalmente as águas rasas e quentes de Abrolhos, no litoral norte do Espírito Santo e sul da Bahia, para se reproduzir e amamentar os filhotes. Permanecem por aqui até novembro, quando voltam para o continente frio.

No censo mais recente realizado pelo Instituto Baleia Jubarte, em 2011, foram contados 11.400 animais. O número foi levantado durante um sobrevoo entre o Sergipe e Rio de Janeiro e representou um crescimento considerável em relação à contagem anterior, quando estimou-se um total de 9.300 baleias jubarte no litoral brasileiro.

Nos cruzeiros, não é feita a contagem das baleias, segundo o diretor de Pesquisa do instituto, o veterinário Milton Marcondes. Ele explica que o barco de pesquisadores acompanha cada grupo de baleias durante meia hora, para não estressar os animais. No total, são feitos 30 dias de amostragens por temporada.
Foto: Instituto Baleia Jubarte

As informações servem para pesquisas científicas. Na gordura, por exemplo, os pesquisadores encontram hormônios sexuais. “Queremos chegar ao ponto de saber qual a porcentagem de baleias gestantes no ano”, explica o pesquisador.

Desta vez, foram observados 25 grupos de baleias jubarte, num total de 75 indivíduos. E também uma surpresa: “Vimos grupos de golfinhos-de-dentes-rugosos interagindo com as baleias”, conta Marcondes.

“Eles são bem menores e nadam mais rápido à frente das baleias. Elas se sentem incomodadas, e até tentam afastá-los. Mas existem pessoas que dizem terem visto esses golfinhos atacando as rêmoras que ficam presas às baleias”, conta.

Os filhotes de baleia desta temporada ainda não nasceram, mas devem chegar em breve. “Vimos diversos grupos de machos disputando fêmeas para acasalamento, mas não avistamos nenhum filhote. Os nascimentos devem aumentar a partir do final deste mês”, prevê Marcondes.


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