quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Encalhe de Baleias: O que Podemos e o que não Devemos Fazer?



A visão do triste espetáculo de uma baleia encalhada costuma provocar em nós a ânsia de ajudá-la e, quem sabe, até salvá-la da morte. E não é difícil explicar as correntes humanas que se formam para ajudar esses cetáceos ou as aglomerações comovidas pela impotência diante do sofrimento do animal. Mas, diferente do que gostaríamos, esse é um evento da natureza sobre o qual o homem pouco pode interceder.
Dos esporádicos casos de encalhes de grandes cetáceos vivos acontecidos nos últimos 20 anos, muito poucos resultaram em desencalhe. Ainda assim, grande parte do êxito nesses poucos casos de sucesso deve-se quase que exclusivamente às condições da maré e da praia em que o animal encalhou. Ou seja, a interferência do homem não faz parte dos fatores que ditam a sorte da baleia encalhada.
Pode-se empurrar ou puxar uma baleia encalhada?
Como ainda não existem equipamentos adequados, as bem intencionadas manobras para empurrar ou puxar o animal resultarão em inócuas tentativas improvisadas de resgate, estresse ou mesmo danos à sua estrutura corporal. Quem frequenta a praia sabe que um homem adulto de 80 kg sentado na areia na beira da água cria um buraco e afunda na medida em que as ondas batem. Nessas circunstâncias, empurrar ou puxar, na tentativa de “desencalhar” essa pessoa, não são as melhoras medidas, mas sim levantá-la. Com uma baleia pesando dezenas de toneladas e sem nenhuma intenção de ajudar, é impossível arrastar ou levantar.
O que podemos fazer?
A melhor ajuda que podemos dar a uma baleia encalhada é isolar a área para que os curiosos e bem intencionados não atrapalhem ou machuquem o animal e mante-lo constantemente molhado. Com raras exceções, somente a sorte e a própria natureza podem interceder a favor da baleia nesse momento. Somente ela poderá tentar desencalhar-se sozinha. Se não conseguir desencalhar-se em até 24 horas, o enorme estresse e os danos provocados em sua estrutura física e em sua fisiologia, que não foram projetados para suportar tamanho peso e compressão fora d’água, passam a determinar seu fim. Quando o animal encalha na maré alta, seu desencalhe é praticamente impossível – caso da baleia que encalhou ontem em Geribá.
Porque as baleias encalham?
As causas naturais do encalhe de baleias podem ser as mais variadas, indo de doenças que provocam problemas no senso espacial a equívocos ou inexperiência no cerco de um cardume de sardinhas. Contudo, não podemos nos esquecer que o encalhe de baleias sempre foi e sempre será um evento incomum da natureza do qual os homens não participam.
Porque houve aumento de encalhe de baleias?
O aumento do número de baleias encalhadas, curiosamente, tem a ver com o aumento das populações de baleias no litoral brasileiro. Graças à proibição da pesca da baleia e ao excelente trabalho de proteção e preservação que vem sendo realizado há mais de 18 anos pelo Projeto Baleia Jubarte e pelo Projeto Baleia Franca, a quantidade de baleias que hoje nadam ao longo do nosso litoral em suas rotas migratórias aumentou bastante, o que também aumentam as chances de um encalhe.
Autor:  Marcelo Szpilman

Rede mundial libera alerta urgente sobre o fim das baleias nos oceanos


Existem apenas pouco mais de 300 baleias azuis e ela poderá desaparecer de vez dos oceanos
A rede de mobilização global Avaaz (Voz), com base na internet, divulgou nesta quarta-feira um alerta mundial para o risco de desaparecimento das baleias francas e jubartes, a exemplo desta que morreu nesta manhã, encalhada em Búzios, no Estado do Rio, além de um terço de todos os animais e plantas ainda existentes no planeta. Segundo a instituição, veiculada em línguas asiáticas, europeias e do Oriente Médio, “a onda de extinção causada por humanos atingiu uma velocidade não vista desde a extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos atrás”.
Avaaz, fundamentada na constatação que a “maioria das pessoas do mundo quer proteções mais fortes para o meio–ambiente, respeito maior pelos direitos humanos, esforços concretos para acabar com a pobreza, a corrupção e a guerra”, alerta para o fato de hoje existirem “apenas 300 baleias francas no Atlântico Norte e 99% das baleias azuis já foram eliminadas”.
“Estes majestosos gigantes estão ameaçadas de extinção e seu caso está sendo usado como exemplo repetidamente”, acrescenta o comunicado.
Os integrantes da rede informam, ainda que um acordo global para “criar, financiar e implementar áreas protegidas abrangindo 20% dos nossos mares e terras até 2020″ está em curso, no Japão, onde 193 governos estão reunidos para debater o assunto. “Mas sem a pressão pública, é provável que eles ficam aquém da ações ousadas necessárias para evitar o colapso dos ecossistemas de todo o mundo”, alertam.
Para o encerramento do encontro, que termina nesta sexta-feira, segundo a entidade, é preciso construir rapidamente um clamor público global pedindo para os governos salvarem a vida na Terra. Uma petição está disponível no endereço oficial da Avaaz  e o documento será entregue diretamente na reunião.
“Especialistas dizem que os políticos estão hesitantes em adotar um objetivo tão ambicioso, mas que um clamor público mundial poderá fazer a diferença, mostrando aos governantes que os olhos do mundo estão sobre eles”, alertam.
Ainda segundo a Avaaz, “ironicamente, 2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade. Os nossos governos já deveriam estar caminhando para “uma redução significativa da taxa atual da perda da biodiversidade”. Eles falharam repetidamente, cedendo para a indústria e trocando assim a proteção das espécies por lucros limitados. Nossos animais, plantas, oceanos, florestas, solos e rios estão sufocando sob fardos imensos de super-exploração e outras pressões”.
“Os seres humanos são a principal causa desta destruição. Mas podemos reverter a situação – já salvamos espécies da extinção antes. As causas do declínio da biodiversidade são vastas e salvá-la vai exigir uma guinada das promessas vagas, sem clareza de quem financia a proteção, para um plano ousado, com fiscalização rigorosa e financiamento sério. O Plano de 20/20 é justamente isto: os governos serão forçados a executar programas rigorosos para garantir que 20% das nossas terras sejam protegidas até 2020, e para isso aumentar drasticamente o financiamento.
“Tem que ser agora. Em todo o mundo o quadro está cada vez mais sombrio – há apenas 3.2 mil tigres na natureza, os peixes dos oceanos estão se esgotando e nós estamos perdendo fontes de alimentos ricos para a monocultura. A natureza é resistente, mas temos que prover espaços seguros para ela se recuperar. É por isso que esta reunião é fundamental – é um momento decisivo para acelerar ações baseadas em compromissos claros para proteger nossos recursos naturais.
“Se os nossos governos sentirem a pressão esmagadora do público para serem corajosos nós podemos convencê-los a aderirem ao plano de 20/20 nesta reunião. Mas para isto vamos precisar que cada um de nós que está recebendo esta mensagem, faça-a ecoar até chegar na convenção no Japão. Assine esta petição urgente abaixo e depois encaminhe-a amplamente”, diz o comunicado.
Este ano, os membros da Avaaz tiveram um papel fundamental na proteção dos elefantes, defendendo a proibição da caça às baleias, e garantindo a maior Reserva Marinha do mundo nas Ilhas Chagos. Esta comunidade tem demonstrado a possibilidade de definir objetivos ambiciosos e conseguir resultados consistentes.
“Esta campanha é a próxima etapa na batalha essencial para criar o mundo que a maioria de nós em todos os lugares querem – onde os recursos naturais e das espécies são valorizados e o nosso planeta está protegido para as futuras gerações”, conclui o manifesto.

Encalhada desde segunda-feira, baleia jubarte morre no Rio

A baleia jubarte que estava encalhada na praia de Geribá, em Búzios, no Rio de Janeiro, morreu na madrugada desta quarta-feira.  Na terça, uma tentativa de retirar o animal da praia fracassou, apesar da ajuda de um navio rebocador. O barco não conseguiu se aproximar da baleia por causa do relevo acidentado da praia. Os profissionais envolvidos no resgate tiveram que amarrar uma corda ao cabo usado para puxar a baleia. A corda não aguentou o peso da jubarte e se rompeu.Uma nova tentativa de resgate seria realizada nesta quarta, mas a jubarte não sobrevive.
Diretor de pesquisa do instituto, Milton Marcondes constatou a morte da baleia de aproximadamente 12 metros e 30 toneladas à 0h40 desta quarta-feira, após ter dificuldades de respiração.
– À meia-noite e meia o corpo da baleia já estava completamente seco, dificultando a respiração. Ela estava respirando com frequência cada vez mais acelerada e à meia-noite e quarenta entrou em convulsão e acabou morrendo – disse ele.
Em meio às tentativas, bombeiros, biólogos e dezenas de voluntários se revezavam para cuidar da baleia. Eles mantinham o animal molhado com ajuda de mangueiras e grandes pedaços de pano. As baleias jubarte empreendem a cada ano uma viagem da Antártida rumo à costa brasileira em busca de águas quentes e rasas para acasalar e dar luz a filhotes. Elas começam a chegar em julho e permanecem até novembro. A jubarte de Búzios, provavelmente, estaria em sua jornada de volta ao continente gelado, mas ainda não se sabe o motivo de ter encalhado.
“Ainda estamos tentando descobrir porque o número de encalhes está tão alto este ano”, disse Milton Marcondes, veterinário e diretor de pesquisa do Instituto Baleia Jubarte. O ano de 2010 já bateu um recorde de encalhes de baleias jubarte na costa brasileira. Contando a que morreu nesta quarta, foram foram 90 até agora. Os cientistas buscam explicações para esse número tão elevado. Acesse o infográfico abaixo para saber mais sobre os encalhes de 2010 e descobrir por que é tão difícil resgatar uma baleia encalhada numa praia.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Após tentativa frustrada, resgate de baleia é remarcado para madrugada

Bombeiros passaram a tarde desta terça (27) tentando desencalhar a baleia na Praia de Geribá, em Búzios (Foto: Reuters)

26\10- Bombeiros de Búzios, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, marcaram para as 4h30 desta quarta-feira (27) mais uma tentativa de resgate da baleia que está encalhada na Praia de Geribá desde a tarde de segunda-feira (25).
O animal, da espécie jubarte, está amarrado por cordas e já foi colocado de frente para o mar, segundo os bombeiros, que esperavam que a maré alta na noite desta terça-feira (26) facilitasse o desencalhe. Mas, como a baleia continuou presa em um banco de areia, uma nova tentativa de resgate teve de ser marcada.
Esta será a segunda madrugada que bombeiros e voluntários vão se revezar para manter a baleia hidratada, jogando constantemente água sobre a pele do animal, a fim de evitar seu ressecamento e morte.
Um rebocador cedido pela Petrobras chegou à praia na tarde desta terça e está sendo usado na operação de resgate. De acordo com informações de bombeiros do município, a embarcação está a 1,6 mil metros da praia.
A baleia tem cerca de 12 metros de comprimento e pesa em torno de 25 toneladas. Bombeiros e especialistas estudam a melhor forma de o animal ser levado para depois da arrebentação e não volte a encalhar em outros bancos de areia da região.
Apesar da chuva e do frio, voluntários passaram a madrugada desta terça acampados na praia, para monitorar as condições do animal. “Quando a maré secou muito, a baleia ficou ressecada. A gente teve que ficar se revezando para lançar água com baldes. Foi o suficiente para mantê-la viva”, contou o voluntário Raoni Lemos.
De acordo com biólogos, o animal estaria voltando do Nordeste brasileiro, rumo à região da Antártida, depois do ciclo reprodutivo. Em cerca de dez horas, foram pelo menos cinco tentativas de resgate, sem sucesso.
Segundo especialistas, o animal está fraco e precisa ser resgatado o quanto antes. “O animal está em uma condição de estresse, sem alimentação, mas a gente não pode desistir. Existe a possibilidade de a gente conseguir retornar esse animal ao mar”, ressaltou o pesquisador Jaílson Fungêncio, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Baleia jubarte de 15 metros encalha em uma praia de Búzios



Uma baleia da espécie jubarte medindo cerca de 15 metros encalhou no início da tarde de hoje (25\10) na Praia de Geribá, em Búzios, na Região dos Lagos. Segundo a assessoria da prefeitura, homens do Corpo de Bombeiros estão aguardando a maré encher para que as ondas facilitem o trabalho de desencalhe do mamífero.
Segundo o professor de meio ambiente da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) David Zee, não é comum ver baleias encalhadas no Brasil. “Temos notícia de uma ou outra baleia encalhada. Eu acho que, algumas vezes, elas sofrem algum ataque, ficam doentes na viagem do Pólo Sul em direção às águas quentes do Norte, acabam debilitadas e encalham nas praias”.
A baleia ficou presa em um banco de areia enquanto se alimentava de um cardume de peixes pequenos, por volta das 14h30. Cerca de dez bombeiros foram deslocados para o local na tentativa de libertar a jubarte sem causar ferimentos ao animal. Dezenas de curiosos e voluntários ainda estão na praia acompanhando a operação de salvamento da baleia.

Encontrada espécie rara de golfinho em praia de Vila Velha, no fim de semana


Um filhote de golfinho da espécie Grampus griseus, popularmente conhecido como golfinho-de-risso, foi encontrado na manhã de sábado (23), na Praia Ponta da Fruta, em Vila Velha. O animal, considerado de espécie rara no Espírito Santo, estava muito debilitado e morreu enquanto recebia atendimento do Instituto Orca.
De acordo com especialistas, o golfinho era jovem, ainda estava em idade de amamentação e provavelmente havia se perdido da mãe. O filhote tinha apenas dois meses de vida e media aproximadamente 1,2 m de comprimento.
Especialistas coletaram várias amostras para análise das possíveis causas da morte do animal e para investigar a razão do aparecimento da espécie na região.
Golfinho é animal de hábitos oceânicos, não de praia. Até então não havia registros nos Estados de sua presença. O material apresentado para análise não possuía nada de especial.
Segundo Lupércio Barbosa, diretor-executivo do Instituto Orca, ONG que fez o resgate do animal, a espécie dificilmente vista nas praias brasileiras. “Ainda não tínhamos registro no Espírito Santo. Esta espécie de golfinho possui hábitos oceânicos, é um animal mais encontrado em águas profundas, não em praias. Até mesmo no Brasil é bem rara a observação dessa espécie.”, afirma.
Lupércio disse que, pelo resultado obtido nas amostras coletadas, tudo indica que o golfinho tenha morrido por ter se afastado da mãe e que não há evidências de ligação com com pesca de predação. “Este tipo de animal é extremamente dependente da mãe, inclusive para se alimentar. Quando ele aparece na praia dessa forma, geralmente, é para morrer”.
Desde julho deste ano já foram registrados 31 casos de baleias encalhadas no litoral capixaba e está é uma situação que tende a se repetir cada vez mais. Uma das principais causas, segundo o diretor executivo da ONG, seria o aumento do nascimento das espécies no litoral, “Será um fato corriqueiro daqui em diante, de dez anos para cá é verificado que está aumentando muito o número de nascimentos de baleias na região.”
As condições de água quentes e rasas, segundo o Instituto Orca, atraem está  espécie para o Estado durante o ciclo de acasalamento e reprodução, principalmente entre os meses de julho e outubro, sendo que, geralmente, as baleias encalhadas já chegam à praia mortas.
Ainda não foram desvendados todos os fatores responsáveis pela morte da grande maioria das baleias encontradas no Estado. Em alguns casos foram apontadas marcas de colisão com embarcações, vestígios de redes de pesca e sinais de depredação de outros animais como possíveis motivadores.
A interferência do homem na natureza e as mudanças climáticas também são fatores considerados nos estudos. Segundo o médico veterinário e coordenador de pesquisas do Instituto Jubarte, Milton Marcondes, um dos fatores cogitados para a causa das mortes é a diminuição de alimentos na região da Antártida, devido ao aquecimento global.

sábado, 23 de outubro de 2010

Cães farejadores ajudam a preservar baleias no Pacífico

Cachorros procuram fezes de baleias boiando no mar; amostras fornecem respostas sobre redução no número de espécimes.

22 de outubro de 2010



Cientistas americanos estão usando cães farejadores para ajudar na preservação de populações de baleias no Oceano Pacífico.
A ideia de treinar cachorros para detectar fezes de baleia boiando na água surgiu da necessidade de estudar esses animais enormes que passam quase toda a sua vida embaixo da água.
"Como você estuda uma baleia de 50 toneladas? Você não pode pegar o animal, nós não podemos fazer um exame físico. Então, a única coisa que sabíamos que podíamos conseguir eram amostras de fezes, porque isso já havia sido feito nos anos 80 para estudar a dieta das baleias", explicou Roz Rolland, do New England Aquarium, em Boston, uma pioneira no uso da técnica.
As fezes contém informações sobre os níveis de estresse e fertilidade da baleia, sua nutrição e a exposição do animal à poluição. Esses dados permitem que os cientistas descubram o que está por trás do declínio da população de baleias na região.
"Há algo muito importante no uso de habilidades - que não envolvem alta tecnologia, mas que são altamente eficientes - de um animal para ajudar a preservar outro. E para os cachorros, isso é um jogo de esconde-esconde. Eles adoram", diz Rolland.
O repórter da BBC Andrew Luck-Baker passou um dia inteiro em um barco com o labrador Tucker, procurando fezes de baleia.
Segundo ele, o trabalho do cachorro é fundamental, já que as fezes boiam por, no máximo, 45 minutos antes de afundar entre as ondas. Se as condições de vento foram ideais, um cão como Tucker pode farejá-las a mais de 1,6 mil metros de distância e guiar o barco até elas.
Quanto mais amostras forem coletadas, mais robustas são as conclusões sobre o que está afetando as baleias.
As análises de laboratório já confirmaram as suspeitas de que o número de turistas aumenta o nível de estresse das baleias, através do cruzamento de informações sobre os números de barcos no mar e a quantidade de cortisol, o hormônio do estresse, presente nas amostras de fezes em um determinado dia.
Os dados revelaram que os barcos particulares geram mais estresse para os animais que as operadoras comerciais, porque tendem a chegar mais perto das baleias e agir de forma irresponsável.
Mas o grande problema para as baleias parece ser que há menos peixes, e eles são menores do que costumavam ser, disponíveis para sua alimentação hoje em dia.
Segundo os especialistas, as baleias tem que trabalhar muito mais para conseguir a mesma quantidade de comida, porque peixes como o salmão estão se tornando mais raros devido à pesca comercial e à construção de represas.
Por ajudar a descobrir informações tão importantes para a preservação das baleias, cachorros como Tucker ganham uma recompensa: uma brincadeira animada com uma bola por cada amostra de fezes descoberta no oceano. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC. 

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Baleia Franca



As três espécies de baleia franca

Género Eubalaena:

Baleia-franca-austral (E. australis)

Baleia-franca-do-atlântico-norte (E. glacialis)

Baleia-franca-do-pacífico (E. japonica)



A baleia franca é um grande cetáceo, pode chegar a medir 17 m. Seu corpo é negro e arredondado, a cabeça ocupa quase um quarto do corpo. Na grande boca possui cerca de 250 pares de cerdas de barbatanas. 

O ventre apresenta manchas brancas irregulares. As fêmeas apresentam mamilas com cerca de 10 cm. Podem chegar a pesar 60 toneladas. 

A identificação e diferenciação das baleias francas entre macho e fêmea só é possível através da observação das fêmeas adultas acompanhadas de filhotes.  Uma característica da baleia franca é a forma do esguicho em “V”, isso ocorre porque o animal expele o ar muito rapidamente. O som produzido pelo esguicho pode ser ouvido a centenas de metros. 

Um diferencial desta espécie de baleia está nas calosidades que se localizam no alto e nas laterais da cabeça, são relativamente macias em fetos e filhotes recém-nascidos. Essas “verrugas” são geralmente acinzentadas ou branco-amareladas. 


As espécies E. glacialis e E. japonica (baleia-franca-do-atlântico-norte e do-pacífico, respectivamente) aparecem na Lista Vermelha da UICN, ou seja encontram-se em perigo de extinção. 

A baleia-franca-austral (Eubalena australis) é considerada pela IUCN como "dependente de conservação", os pesquisadores que trabalham com a espécie acreditam que situação desta baleia também é de perigo de extinção, já que em todo o planeta restam menos de 8.000 indivíduos. 

No Brasil, a E. australis consta da Lista Oficial Brasileira de Espécies Ameaçadas de Extinção. 

No Brasil há o Projeto Baleia Franca, em 1995 o Governo de Santa Catarina declarou que a espécie é um Monumento Natural Estadual. Este projeto luta para que haja uma Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca. 

Este projeto protege uma das maiores áreas de reprodução da baleia franca, a costa entre Florianópolis e o cabo de Santa Marta, no município de Laguna. 

AUTORIA: Marillyn Luciane Damazio. 

Turista fotografa baleia mãe saltando com o filho



Uma baleia e o seu filhote apareceram no ar juntos, num raro momento captado pela máquinha fotográfica de um turista. A imagem foi publicada pelo Daily Mail.
Foi o turista Ian Keenleyside que conseguiu fotografar as baleias, na costa de Brisbane, na Austrália.
Estava com um amigo num barco quando demos conta que havia baleias perto de nós. Pareciam completamente relaxadas por estarmos ali e chegaram muito perto, a cerca de 20 metros de nós, disse Ian Keenleyside.
Não é fora do vulgar ver baleias, mas nunca tinha visto a baleia mãe e o filhote virem à superfície juntos, acrescentou o turista.
Ian Keenleyside disse ainda que se sentiu extremamente privilegiado por ver um espectáculo natural de tão perto. 

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Chega a 80 o número de baleias jubarte encalhadas no litoral do Brasil

Foto: Ronaldo Bernardi/AFP


Chega a 80 o número de encalhes de jubarte no litoral brasileiro nesta temporada. O volume é muito maior que o total de baleias que chegaram às praias no ano passado, com 30 ocorrências, e ainda quase o dobro do recorde do ano de 2007, com 43 registros.

O Estado com mais encalhes é a Bahia, com 31, seguida pelo Espírito Santo, com 30.

De acordo com o Instituto Baleia Jubarte, os casos são de 33 filhotes, 19 baleias jovens, 19 adultas e nove sem idade determinada.

Além do crescimento de 7% na população destes animais, problemas como ferimentos em redes de pescas, doenças e separações de filhotes das mães aumentam o total de encalhes.

Na maior parte dos casos, os animais morrem no mar e são levados pela corrente e pela maré até a praia.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Golfinhos precisam de mais proteção do que nunca

17 OUTUBRO 2010 
De Hardy Jones, diretor executivo da BlueVoice
Golfinhos sendo encurralados na enseada.

Enquanto o mundo se foca nos eventos em Taiji, outra ameaça letal e traiçoeira aos golfinhos segue amplamente desapercebida, uma que provê uma razão imponente para que os golfinhos e baleias não só deixem de ser caçados mas que recebam mais proteção do que nunca.Nos últimos cinco anos houve uma tsunami massiva de publicidade sobre a matança de golfinhos no Japão. Em 2003 eu fiz filmes sobre o assunto para a National Geographic Television International e para a PBS. Esses filmes foram vistos por milhões. Whale Wars no Animal Planet e The Cove também no Associated Press e nos cinemas por todo o mundo trouxeram para audiências internacionais a barbárie da matança de golfinhos e baleias. Eu já ouvi dos próprios caçadores de golfinhos que eles ficariam sem trabalho se seus métodos bárbaros fossem divulgados. Divulgar a matança em Iki, Futo, e Taiji se tornou então minha estratégia. Mas a matança continua e ela pode até estar crescendo.
Golfinhos estão severamente ameaçados por um número crescente de doenças derivadas da contaminação dos oceanos. Durante o último ano, um número crescente de artigos científicos vem sendo publicados documentando um aumento por todo o mundo na incidência de doenças até agora desconhecidas em golfinhos. Um grupo de pesquisadores e veterinários do Marine Animal Disease Lab, da Universidade da Flórida, descobriram pelo menos cinquenta novos vírus em golfinhos. O aumento exponencial é devido ao corpo dos golfinhos carregar altos níveis de poluentes orgânicos como PCBs, PBDEs, DDT, e outros produtos químicos que suprimem o sistema imune de mamíferos e atrapalha o funcionamento normal das funções endócrinas. Alguns destes produtos químicos são conhecidos por serem mimetizantes de estrogênio que agem feminilizando machos e super-feminilizando fêmeas.
Ainda mais, resistência a antibióticos foi encontrada em golfinhos em diversos locais ao redor do mundo. Obviamente, antibióticos não ocorrem naturalmente. Eles são derivados de pessoas e animais que usam antibióticos e os introduzem no ecossistema através de excreção ou simplesmente ao jogar fora pílulas não utilizadas. Após chegarem às bacias hidrográficas são consumidos pelo plâncton e bio-acumulados pela cadeia trófica se concentrando em predadores como os golfinhos. O que preocupa o Centro para Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) é o fato que golfinhos resistentes a antibióticos tem o potencial de criar super parasitas que podem retornar ao seres humanos. A transmissão de doenças entre espécies é conhecida como zoonose. AIDS é um exemplo de transmissão zoonótica.
Se o Japão parasse a caça de baleias e golfinhos agora passaria a imagem de que os ambientalistas os forçaram a se render, algo que uma nação insular orgulhosa não pode tolerar. Mas a informação de que doenças tais como a brucelose e vírus como o papilomavírus estão sendo encontrados cada vez mais frequentemente em golfinhos pode, ironicamente, ser o que force o fim da alimentação por carne de golfinho.
Me surpreende que a caça de baleias e golfinhos se mantenha no século 21. Nós sabemos tanto sobre estes animais magníficos. A observação de baleias e golfinhos gera mais de U$2.1 bilhões por ano em todo mundo, muito mais do que a caça de baleias e golfinhos.
À luz de ameaças emergentes aos ecossistemas marinhos, e à baleias e golfinhos em particular, a matança deliberada desses curiosos, inteligentes e conscientes animais é trágica e irá apena acelerar a extirpação de populações inteiras dessas magníficas sentinelas do mar. Mas o que acontece agora com os golfinhos é claramente um arauto do que confronta a humanidade.
Traduzido por Marcelo C. R. Melo, voluntário do ISSB.

domingo, 17 de outubro de 2010

Foto de baleia azul em tamanho real.



Você já sabe que a baleia azul é atualmente o maior animal vivo (wikipédia) no planeta mas, exceto por alguns poucos sortudos, a maioria de nós não tem a real dimensão de quão magnífico é este enorme mamifero aquático.
Para dar um idéia clique neste link, onde você poderá ver uma imagem em tamanho real deste belo animal (sim demora para carregar a imagem completa).
http://www.wdcs.co.uk/media/flash/whalebanner/whalebanner.html

A matança à baleias continua…




A decisão de volta a caça a baleias ficou adiada por mais um ano por uma falta de consenso entre os países participantes da 67º reunião da Comissão Internacional da Baleia (CIB), realizada entre os dias 21 e 25 de junho, em Agadir, Marrocos.
A proposta, que defendia o fim da moratória que já dura 24 anos, foi apoiada pelo presidente da CIB, Cristián Maquieira, mas parou diante de uma falta de consenso geral. O texto descrevia que o abate dos grandes cetáceos seria permitido ao longo da próxima década, embora com cotas de captura menores do que as praticadas hoje. Nações baleeiras, além disso, teriam de se submeter ao monitoramento internacional de suas atividades.
O que ficou aprovado foi uma cota de caça de nove baleias jubartepor ano para a Groenlândia nos próximos três anos. Em contrapartida, foi reduzida a cota de caça de baleias da espécie fin, durante o mesmo período, de 19 baleias para 16.
É a primeira permissão para caça da baleia jubarte desde 1986, inicio da moratória. O país ameaçava deixar a CIB se sua demanda não fosse atendida, alegando se tratar de questão de sobrevivência.
A posição do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile e outros países latino-americanos é conservacionista, mantendo a moratória.
O Japão, principal país baleeiro, argumentou que os membros da comissão deveriam “respeitar os dados levantados pelo comitê científico da CIB” os quais “tornavam possível a atividade baleeira sustentável”.
Os países que apóiam a volta à caça a baleias argumentaram que o uso das baleias era uma questão de segurança alimentar e desenvolvimento econômico para nações pobres, como países-ilhas do Caribe e do Pacífico.
Texto retirado do blog Eco4Planeta.
Sem sombra de dúvida uma grande tristeza receber esta notícia. Me pergunto até quando teremos e permitiremos uma matança inconcebível como esta.  Até quando permitiremos, vendo de camarote,  a destruição do nosso planeta?

Fezes de baleia fertilizam os oceanos



Organismos menores, como micróbios, plâncton e peixes, são geralmente considerados o centro do ciclo de nutrientes das cadeias alimentares do oceano. No entanto, muita gente desconhece os benefícios trazidos por mamíferos marinhos tão grandes como as baleias. Agora, um novo estudo acredita que as baleias têm uma influência direta muito importante sobre a produção de plantas na base desta cadeia alimentar.
Acreditem ou não, o cocô da baleia pode servir de fertilizante para os oceanos. Segundo estudiosos da área, a baleia é um dos poucos mamíferos que não produz excrementos normalmente sólidos. Pelo contrário, o cocô da baleia parece mais uma pasta.
Esse excremento é semelhante a um tufo de lã. O cocô da baleia não desce ao fundo do oceano. Na verdade, essa “pluma” flutua na superfície. Esse fenômeno pode explicar como os ecossistemas do oceano são fertilizados.
As baleias, por causa das suas fezes ricas em nutrientes, desempenham um papel importante no transporte de nutrientes. O que elas comem em águas profundas, através de seus excrementos elas levam até a superfície. Lá, esses nutrientes fertilizam plantas flutuantes minúsculas, chamadas fitoplâncton.
Para apoiar essa ideia, a equipe analisou 16 amostras de fezes de baleias jubarte, e encontraram concentrações de nitrogênio bastante elevadas. Os resultados das análises mostraram uma forte ligação entre a taxa de produção de uma forma de nitrogênio usada pelos micróbios e fitoplânctons, e o nitrogênio do cocô de baleia.
A presença das baleias permite que mais fitoplâncton cresça, aumentando a produção de criaturas que se alimentam dele. Ou seja, mais pesca e abundância em todas as regiões com muitas baleias.
Em algumas partes do oceano, a poluição por nutrientes, tais como resíduos agrícolas, fertiliza em excesso e cria zonas mortas, como no Golfo do México. No entanto, falta nutrientes em muitas áreas do Hemisfério Norte, incluindo o Golfo do Maine, onde este estudo foi realizado.
Durante o verão, a produtividade é limitada porque o nitrogênio é limitado. Assim, a adição de nitrogênio nas águas sob a forma de fezes de baleia pode provocar o crescimento do fitoplâncton, e aumentar essa produtividade.
Por causa da caça às baleias, elas provavelmente desempenhavam um papel muito maior nos ecossistemas no passado do que agora. De qualquer forma, a constatação da importância desse animal chama a atenção para a necessidade de leis eficientes que as protejam. [LiveScience]