quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Rede mundial libera alerta urgente sobre o fim das baleias nos oceanos


Existem apenas pouco mais de 300 baleias azuis e ela poderá desaparecer de vez dos oceanos
A rede de mobilização global Avaaz (Voz), com base na internet, divulgou nesta quarta-feira um alerta mundial para o risco de desaparecimento das baleias francas e jubartes, a exemplo desta que morreu nesta manhã, encalhada em Búzios, no Estado do Rio, além de um terço de todos os animais e plantas ainda existentes no planeta. Segundo a instituição, veiculada em línguas asiáticas, europeias e do Oriente Médio, “a onda de extinção causada por humanos atingiu uma velocidade não vista desde a extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos atrás”.
Avaaz, fundamentada na constatação que a “maioria das pessoas do mundo quer proteções mais fortes para o meio–ambiente, respeito maior pelos direitos humanos, esforços concretos para acabar com a pobreza, a corrupção e a guerra”, alerta para o fato de hoje existirem “apenas 300 baleias francas no Atlântico Norte e 99% das baleias azuis já foram eliminadas”.
“Estes majestosos gigantes estão ameaçadas de extinção e seu caso está sendo usado como exemplo repetidamente”, acrescenta o comunicado.
Os integrantes da rede informam, ainda que um acordo global para “criar, financiar e implementar áreas protegidas abrangindo 20% dos nossos mares e terras até 2020″ está em curso, no Japão, onde 193 governos estão reunidos para debater o assunto. “Mas sem a pressão pública, é provável que eles ficam aquém da ações ousadas necessárias para evitar o colapso dos ecossistemas de todo o mundo”, alertam.
Para o encerramento do encontro, que termina nesta sexta-feira, segundo a entidade, é preciso construir rapidamente um clamor público global pedindo para os governos salvarem a vida na Terra. Uma petição está disponível no endereço oficial da Avaaz  e o documento será entregue diretamente na reunião.
“Especialistas dizem que os políticos estão hesitantes em adotar um objetivo tão ambicioso, mas que um clamor público mundial poderá fazer a diferença, mostrando aos governantes que os olhos do mundo estão sobre eles”, alertam.
Ainda segundo a Avaaz, “ironicamente, 2010 é o Ano Internacional da Biodiversidade. Os nossos governos já deveriam estar caminhando para “uma redução significativa da taxa atual da perda da biodiversidade”. Eles falharam repetidamente, cedendo para a indústria e trocando assim a proteção das espécies por lucros limitados. Nossos animais, plantas, oceanos, florestas, solos e rios estão sufocando sob fardos imensos de super-exploração e outras pressões”.
“Os seres humanos são a principal causa desta destruição. Mas podemos reverter a situação – já salvamos espécies da extinção antes. As causas do declínio da biodiversidade são vastas e salvá-la vai exigir uma guinada das promessas vagas, sem clareza de quem financia a proteção, para um plano ousado, com fiscalização rigorosa e financiamento sério. O Plano de 20/20 é justamente isto: os governos serão forçados a executar programas rigorosos para garantir que 20% das nossas terras sejam protegidas até 2020, e para isso aumentar drasticamente o financiamento.
“Tem que ser agora. Em todo o mundo o quadro está cada vez mais sombrio – há apenas 3.2 mil tigres na natureza, os peixes dos oceanos estão se esgotando e nós estamos perdendo fontes de alimentos ricos para a monocultura. A natureza é resistente, mas temos que prover espaços seguros para ela se recuperar. É por isso que esta reunião é fundamental – é um momento decisivo para acelerar ações baseadas em compromissos claros para proteger nossos recursos naturais.
“Se os nossos governos sentirem a pressão esmagadora do público para serem corajosos nós podemos convencê-los a aderirem ao plano de 20/20 nesta reunião. Mas para isto vamos precisar que cada um de nós que está recebendo esta mensagem, faça-a ecoar até chegar na convenção no Japão. Assine esta petição urgente abaixo e depois encaminhe-a amplamente”, diz o comunicado.
Este ano, os membros da Avaaz tiveram um papel fundamental na proteção dos elefantes, defendendo a proibição da caça às baleias, e garantindo a maior Reserva Marinha do mundo nas Ilhas Chagos. Esta comunidade tem demonstrado a possibilidade de definir objetivos ambiciosos e conseguir resultados consistentes.
“Esta campanha é a próxima etapa na batalha essencial para criar o mundo que a maioria de nós em todos os lugares querem – onde os recursos naturais e das espécies são valorizados e o nosso planeta está protegido para as futuras gerações”, conclui o manifesto.

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